Joaquim Rodrigues colocou ponto final na carreira

Joaquim Rodrigues anunciou, no passado sábado, na sua página oficial do Instagram, o afastamento das provas profissionais de motociclismo.
O piloto barcelense comunicou ainda que irá manter a ligação à atual equipa Hero Motosports, com funções no "staff". Um ponto final de uma carreira repleta de momentos memoráveis, com mais de três décadas.


Comunicado de Joaquim Rodrigues 

“Durante 35 anos dediquei-me, de alma e coração, ao Motocross, ao Supercross, ao Enduro e, mais recentemente, aos Ralis. Sempre o fiz de forma intensa e apaixonada. Nem de outra forma faria sentido.

A dedicação que me levou ao Campeonato do Mundo de Motocrosse e depois ao tão desejado AMA Supercross nos Estados Unidos acompanhou-me ao longo de toda a carreira. A mesma dedicação e entusiasmo com que me dediquei aos rali-raides.

Não foi fácil, nunca o é. Sair de casa, ainda miúdo, para ir para uma equipa oficial do Mundial de Motocross, ao lado do bicampeão do Mundo, é um sonho de qualquer jovem piloto, fazer a mala e rumar aos Estados Unidos, sozinho, sem saber o que esperar do mais feroz campeonato de supercross do Mundo. Chegou a um ponto em que, mais do que a falta de motivação, sentia que era hora de parar, de mudar de rumo. O entusiasmo não era o mesmo e sempre respeitei as equipas, os patrocinadores e todos os que me rodeavam.

Assim foi, também, nos Ralis-Raides. Atraído pelas grandes maratonas, fiquei apaixonado pelo deserto. Começamos nas aventuras do Dakar com sucesso, derrotas, alegrias, dias bons e dias menos bons, mas nunca desisti daquilo a que me propus, porque não faz parte de mim desistir.

Mas foi a dor sentida com o acidente do Paulo, naquele maldito dia 12 de janeiro de 2020, que mais me custou e tudo mudou. Sofri muito, mas, também por ele, voltei ao Dakar. Superei medos, receios e com a sua ajuda conseguimos vencer uma etapa em 2022.

Sei que nunca mais me senti o mesmo piloto. Não por medo ou receio de acidentes, mas uma perda tão imensa leva-nos a relativizar tudo o resto e ver a vida de outra forma.

Nunca desisti de treinar, de me esforçar e dedicar, para juntamente com a equipa conseguir atingir as metas a que nos propusemos. Mas, com o tempo começam a surgir dúvidas, se é mesmo aqui que queremos estar e nestes últimos tempos essas dúvidas começaram a surgir.

Recentemente, acompanhei a prova de Abu Dhabi de fora e, pela primeira vez na minha carreira, senti-me bem em estar ali, sem vontade de meter primeira e arrancar quando via os meus colegas a partir para a pista. Senti que estava no sítio certo.

Regressamos a casa e falei abertamente com a equipa que logo compreendeu e aceitou a minha vontade de deixar a competição. Senti que estava no momento de sair e que o devia fazer da mesma forma honesta como sempre geri a minha carreira. Não era correto estar ali a enganar a Hero, os patrocinadores, aqueles que sempre me apoiaram, fazendo figura de corpo presente quando a cabeça me dizia que era hora de parar. Decido então, sair pelo meu próprio pé.

Por isso tomei a decisão de não voltar a competir profissionalmente.

Espero que todos compreendam a minha decisão. Todos devemos saber quando parar e respeitar quem deseja parar. Uma paragem que não é um adeus. Felizmente a Hero voltou a mostrar que é mais do que uma equipa, uma verdadeira família, e convidou-me para manter a ligação à equipa, que espero poder ajudar e contribuir para o seu sucesso”.

Publicado em 2024-03-27



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