Caminha proporcionou excelente Moto-Rali
A Moto Galos de Barcelos levou-nos de volta ao Alto Minho, continuando a saber mostrar uma região sempre verde, mesmo no final dos verões.
Valença que, pela altura da fundação do Reino, se chamava Contrasta por ser quase um espelho da galega Tui, do outro lado do Rio Minho. E com este tema como mote, os muitos mototuristas percorreram todas as freguesias verdejantes do concelho, vasculhando locais que a todos espantaram pela singularidade, imponência ou história, mesmo ao lado de uma das principais rotas rodoviárias do país.
“Como é que tantas vezes aqui passei e não conhecia isto?” Frase ouvida várias vezes num evento muito cultural que teve como ponto alto a visita nocturna às muralhas escutando avidamente a historiadora Isilda Manuela. A partir de agora, gostamos muito mais desta Praça-Forte, uma das três de Portugal, a par de Elvas e Almeida. Mas com muitas particularidades. De concepção, de construção e de como foi resistindo a sucessivas guerras com espanhóis e franceses. Uma obra imponente, abaluartada, com 5 quilómetros de muralhas (!) e quase 400 anos. Inexpugnável na altura e onde nos sentimos impotentes perante os pormenores de defesa de cada uma das portas. Nenhum soldado sobrevivia à sucessão de armadilhas.
Mas regressando às motos – e aos omnipresentes rojões que este clube barcelense passeia num tacho quente – a rota começou pela Ecopista do Rio Minho, para sul, dando a conhecer margens bucólicas, pequenos cais de pescadores fluviais, o Caminho de Santiago da Costa, pontes medievais, capelas, ermidas e o Rancho Folclórico de S. Julião.
As 42 motos oriundas de muitos motoclubes nacionais e motociclistas mais independentes iam subindo e descendo quelhos e estradecas entre quadros bem minhotos, de quintas floridas e boa cantaria, riachos frescos, carvalhais, bouças e vinhedos.
E foi no meio das vinhas de que se deu a melhor paragem da manhã, na Adega Edmundo Val, com divertidos anfitriões que nos puseram a mesa em cenário aprazível e com prova do seu Alvarinho. Obrigado!
E a tarde começou com a desconcertante Aldeia dos Moinhos de Bade, conjunto de engenhos recuperados pelo Sr. Jaime, piloto galego reformado que para aqui trouxe as suas mil e uma recordações de viagens por todo o mundo. Aprazível no exterior, uma caverna de Ali Babá nos diversos interiores!
E daí fomos ao sobe e desce pelos antigos conventos do concelho valenciano. Depois do arruinado de Mosteiró, outro que já conheceu melhores dias mas muito mais imponente: o de Sanfins de Friestas. Românico, altivo, entre bons carvalhais e com interessante explicação de historiador. Pelo meio, um mergulho na Cascata da Grova, que refrescou quem quis, numa tarde de 30 graus. Mais o Museu Rural de Taião e as subidas ao Santo Ovídeo, ao antigo Castelo de Fraião e ao Monte de Faro, bem fresco.
Aqui os Moto Galos criaram um momento interessante: todos dactilografaram os seus próprios passaportes em máquina de escrever, documento essencial para o resto da passeata, principalmente no dia seguinte em que rumamos ao estrangeiro!
E foi assim que começou o domingo, pelas ruas do centro histórico de Tui, a caminho da sua catedral com 900 anos e arcos mais recentes no interior a segurar as abóbodas após a estrutura ter sido abalada pelo terramoto de 1755. Pela mesma ponte regressamos a Portugal, a ponte metálica rodo-ferroviária construída em 1885 com buracos nos quatro pilares - dois portugueses e dois espanhóis - para se colocar dinamite caso fosse necessário. Felizmente nunca foi…
E nós é que lá fomos passeando pelas margens do Minho, onde até se evocou a amaragem de emergência do norte-americano Charles Lindberg, uns anos após a sua viagem pioneira transatlântica.
E também se homenageou o amigo do peito de Afonso Henriques, o São Teotónio, primeiro santo português e filho da terra, nascido em 1082. Valença é um mundo!
O banho cultural terminou noutro mosteiro, o de Ganfei, destruído há mil anos pelo árabe Almançor e usado indevidamente há duzentos pelas tropas napoleónicas.
Ufa… Já podemos ir à almoçarada final?
Sim e a confraternização terminou com a atribuição de prémios de um moto-rali turístico de perguntas bastante fáceis o que fez com que 22 equipas terminassem a etapa de domingo com zero pontos (!) a melhor classificação possível nestas passeatas. O sábado desempatou e a solitária e divertida Susana Cardigos do MC Motards do Ocidente saiu da antiga Contrasta toda contente. Os barcelenses Filipe e Filomena e os goienses Rui e Vera seguiram-se no pódio de um excelente evento mototurístico onde todos se enriqueceram. É disto que o povo gosta!
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Ernesto Brochado
Comissão de Mototurismo da FMP
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